IPCA Porto Alegre – Agosto de 2025
Rodrigo de Assis, economista da Entidade traz informações sobre o IPCA de Poa em agosto
O IPCA em Porto Alegre registrou uma variação mensal de -0,40% em agosto de 2025, caracterizando uma deflação moderada. A decomposição por grupos de produtos e serviços mostra que alimentação e bebidas caíram -0,41%, possivelmente devido a sazonalidades em preços de alimentos básicos, como quedas em itens in natura, enquanto habitação registrou queda de 2,06%, o maior impacto negativo. Artigos de residência apresentaram -0,47%, com queda em bens duráveis como móveis e eletrodomésticos, e vestuário teve uma leve alta de +0,21%, possivelmente por sazonalidade de coleções ou promoções por conta do inverno. Transportes caíram -0,90%, e saúde e cuidados pessoais subiram +0,89%, despesas pessoais aumentaram +0,34%, com alta moderada em itens como recreação ou serviços pessoais, educação elevou +0,61%, típica de reajustes em mensalidades ou materiais escolares, e comunicação teve uma leve queda de -0,08%. No geral, a deflação foi puxada por habitação, transportes e alimentação, que representam pesos significativos na cesta de consumo, e grupos como saúde e educação atuaram como contrapeso, evitando uma queda ainda maior, com a variação acumulada no ano até agosto ficando em 3,18%.
Em julho de 2025, a variação mensal foi de 0,26%, contrastando com a deflação de -0,40% em agosto, com uma queda mais intensa nos preços. A variação acumulada no ano em julho era de aproximadamente 3,58%, calculada pela reversão da variação de agosto sobre o acumulado, e em agosto caiu para 3,18%, refletindo o impacto da deflação mensal. Já a variação acumulada em 12 meses passou de 4,62% em julho para 3,91% em agosto, com uma redução de 0,71 pontos percentuais, e essa tendência sugere estabilidade, mas com viés de baixa. Em resumo, agosto mostrou uma deflação mais acentuada que julho, puxada por grupos voláteis como habitação e transportes, resultando em acumulados menores tanto no ano quanto nos 12 meses.
Em agosto de 2024, a variação mensal foi de +0,31%, contrastando com a deflação de -0,40% em 2025, o que indica uma inversão, possivelmente devido a diferenças em preços de energia e alimentos. A variação acumulada em 12 meses em agosto de 2024 era de 3,41%, contra 3,91% em 2025, e o acumulado ligeiramente maior em 2025 reflete uma base de comparação mais alta nos meses anteriores.
Analisando os dados de agosto nos últimos seis anos, de 2020 a 2025, as variações mensais foram 0,42% em 2020, 0,81% em 2021, -0,78% em 2022, 0,34% em 2023, 0,31% em 2024 e -0,40% em 2025, com uma média aproximada de 0,12% e um desvio padrão de cerca de 0,57 pontos percentuais, indicando volatilidade moderada em uma faixa de -0,78% a 0,81%. O padrão observado mostra que agosto tende a ser misto, com deflações em anos de ajustes econômicos, como 2022 pós-pandemia, e inflações leves em períodos de recuperação, e fatores sazonais como colheitas e tarifas energéticas influenciam, mas dessazonalizados mostram tendência neutra a positiva na média. A variação de -0,40% em 2025 está abaixo da média, dentro da faixa histórica similar a -0,78% de 2022, mas não extrema. Em séries mais longas, agosto regional em Porto Alegre variou de -0,90% em 2022 a +1,0% em anos pré-2020, confirmando que -0,40% está abaixo dos resultados para o período.
De acordo com o Relatório FOCUS do Banco Central, a mediana das expectativas do mercado para o IPCA em 2025 é de 4,85%, estável após semanas de queda, com preços administrados em 4,68%, e para 2026 a projeção é de 4,00%. O acumulado no ano até agosto de 3,18% está abaixo da expectativa anual, implicando necessidade de variação de cerca de 1,6% nos últimos quatro meses para atingir 4,85%, o que é factível se não houver surpresas em alimentos ou energia, e o acumulado em 12 meses de 3,91% reforça um cenário controlado, alinhado às metas com centro de 3,0% mais ou menos 1,5 pontos percentuais. No contexto regional de Porto Alegre, a tendência de baixa em agosto sugere alinhamento com as projeções, desde que não haja reversões abruptas, como secas afetando alimentos.