Mais medidas no arsenal para segurar a alta do real

A valorização do real em mais de 1% ontem, refletindo a decisão dos EUA de inundar o mercado com US$ 600 bilhões até julho de 2011, chamou a atenção da equipe econômica brasileira. Nos bastidores, integrantes do governo voltaram a dizer que novas medidas podem ser adotadas para conter a valorização da moeda brasileira. O governo ainda tem pelo menos quatro medidas guardadas na gaveta para tentar reverter a apreciação do real, como aumentar a compra de dólares e elevar o imposto sobre os ganhos dos investidores estrangeiros (confira quadro). Mas esse arsenal deverá ser guardado para possível uso após os resultados do encontro da próxima semana dos líderes das 20 maiores economias do mundo (G-20), que estarão reunidos em Seul, na Coreia do Sul.

Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou a medida do Federal Reserve, o banco central dos EUA, de inundar o mercado com dólares para reativar a economia: – Essa política de jogar dinheiro pelo helicóptero só vai servir para desvalorizar o câmbio e poderá gerar bolha nos países que estão comprando dólar. Nos países emergentes, a ameaça mais contundente veio do governo tailandês, ao informar que o banco central local já está conversando com colegas da região para tomar medidas que coíbam a entrada de capital especulativo. Para a equipe econômica brasileira, o quadro atual demanda uma solução articulada, principalmente com EUA e China. Ontem, o dólar fechou a R$ 1,6780, queda de 1,35%, a maior desde 10 de junho. A maioria das bolsas no mundo subiu, pois os investidores buscaram aplicações para se proteger da desvalorização da moeda americana.