NOTA TÉCNICA: Varejo cresce 13,9%

Em novembro de 2010 o volume de vendas no comércio varejista do Rio Grande do Sul cresceu 0,58% em relação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. O resultado significou uma variação de 13,93% em…

Em novembro de 2010 o volume de vendas no comércio varejista do Rio Grande do Sul cresceu 0,58% em relação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. O resultado significou uma variação de 13,93% em relação a novembro de 2009, valor acima de nossas expectativas, o que sinaliza que o desempenho do setor no final do ano passado realmente foi excelente. Na comparação interanual, as atividades que mais cresceram foram: Equipamentos e materiais para escritório (29,38%), Artigos farmacêuticos (23,97%) e Móveis e eletrodomésticos (23,69%). Em relação ao varejo ampliado, na mesma base de comparação, as atividades de Construção e de Veículos aumentaram suas vendas em 44,57% e 22,61%, respectivamente. Para 2011, a expansão da massa de salários, a despeito de um crescimento mais moderado do crédito, deve impulsionar as vendas no comércio, determinando o bom desempenho do setor.

Os excelentes resultados do comércio varejista vêm sendo sustentados, principalmente, pelo forte aquecimento do mercado de trabalho no Rio Grande do Sul, que registra recorde de geração de emprego (mais de 21,7 mil em novembro). Além disso, a massa de salários, cresceu 12,97% em relação a novembro de 2009 na RMPA, segundo o IBGE, impulsionada tanto pelo aumento de ocupados (5,0%) quanto pelo aumento no rendimento médio (7,6%).

Por fim, destacamos que em novembro a taxa de juros ao consumidor atingiu 29% ao ano, o menor patamar da série histórica, e o volume crédito chegou 46,3%, sendo o maior percentual em relação ao PIB da história, fazendo com que ficasse barato se endividar durante esse período.

Para este ano, novamente observaremos crescimento nas vendas do comércio, pois devemos continuar o processo de crescimento do emprego e dos salários, visto que a confiança dos empresários para 2011 está elevada, o que garantirá os investimentos para o crescimento do próximo ano , pressionando o mercado de trabalho. Contudo, destacamos que esse ano não terá as condições de crédito tão facilitadas dado que a taxa de juros básica deve subir e as medidas que alteraram o compulsório devem encarecer e encurtar o crédito na ponta. Mesmo assim, entendemos que isso terá um impacto limitado, pois ainda teremos uma taxa de juros Selic baixa para os padrões brasileiros e o aumento da renda não irá impedir as pessoas de continuarem comprando a crédito. Dessa forma, mesmo havendo intenção de reduzir a atividade para conter a inflação, as medidas são apenas para conter uma expansão excessiva do crédito e da economia, pois o objetivo do Banco Central é deixar o mais próximo possível o crescimento do PIB de seu potencial, o que ainda é um desempenho positivo para os padrões brasileiros.

Sob esse quadro, observamos que, no mês de novembro, o resultado das vendas no varejo veio acima da nossa expectativa, o que mostra ainda grande disposição para consumir da população, mesmo após um ano de consumo muito elevado. Nesse sentido, levando em conta que a massa de salários, que é o maior determinante das vendas do varejo e deve continuar crescendo, embora a taxas menores, combinado com o crédito, que também deve expandir-se mais moderadamente, mas não estagnar, entendemos que o comércio deve cresce pelo menos 5% em 2011.

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