Varejo deve terminar ano com alta das vendas entre 7% e 8%

“”O Natal deste ano já se pronunciava menos auspicioso do que foi o Natal no ano passado””, explicou Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral da consultoria GS&MD e membro do conselho do IDV (Instituto de…

“”O Natal deste ano já se pronunciava menos auspicioso do que foi o Natal no ano passado””, explicou Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral da consultoria GS&MD e membro do conselho do IDV (Instituto de Desenvolvimento do Varejo), que reúne os 30 maiores varejistas do Brasil.

Segundo ele, é de se imaginar que, ao final do ano, o crescimento das vendas de varejo deverá ficar entre 7% e 8%, “”resultado evidentemente positivo na comparação com outros mercados mais desenvolvidos, mas aquém dos 10,2% que tivemos praticamente durante o primeiro semestre inteiro””.

As declarações foram feitas em podcast da gestora de recursos independente Rio Bravo.

Índice de confiança do consumidor
Souza explica: “”se nós considerarmos que, no ano passado, tivemos um crescimento no varejo do Brasil de 9,7%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e que, até setembro, tivemos um crescimento acumulado de 10,2%, que é um número bastante alto, considerando que a base de comparação também é alta, então nós já prevíamos a redução do índice de crescimento até chegarmos ao Natal””.

De acordo com ele, por conta dos fatos mais recentes do mercado financeiro, o estado de espírito do consumidor brasileiro será diferente neste Natal. “”O Índice de Confiança do Consumidor, publicado recentemente, mostrou uma queda significativa de praticamente dez pontos percentuais em relação ao dado anterior””, diz.

“”Na nossa visão, o que ativa o consumo e, conseqüentemente, influencia o varejo é a renda, o emprego, o crédito e o índice de confiança. E, no caso brasileiro, assim como em outros mercados com uma distribuição de renda similar à nossa, a questão do índice de confiança é muito importante para dar o tom ao consumo””.

O diretor da GS&MD explica que havia uma tendência de crescimento do índice de confiança, que, em março, atingiu o pico mais alto. “”Depois disso, começou a cair. E em setembro, de uma forma meio fora da curva, teve um crescimento e agora caiu de novo””, conta.

Com relação às demais variáveis, ele afirma que a renda não vai sofrer grande alteração até dezembro e o emprego está se mostrando estável, “”com perspectiva de se manter como está seguramente até dezembro””. Quanto ao crédito, haverá uma redução de prazos – o que já começou – e uma revisão nas políticas de taxas por período de financiamentos – movimento que também já foi iniciado.

Mudança no planejamento
Segundo o especialista, há hoje entre empresários a consciência de que a tendência de alta no consumo não irá continuar, o que deve afetar as taxas de crescimento. Mas isso é muito diferente de retração no comércio. “”A visão que se tem hoje é de que o índice de crescimento, que, numa versão anterior, para 2009, se situaria na faixa de 8%, deve cair, mas cair para algo em torno de 4%, 5%””.

Isso colocaria o Brasil em uma situação diferenciada com relação aos demais países, principalmente os desenvolvidos, que mais sofrem com a crise, o que deve acarretar maior interesse pelo mercado brasileiro, em especial das corporações de varejo de origem norte-americana e européias.

“”O cenário para eles é muito mais complexo, com uma perspectiva de crescimento muito mais tímida, se algum crescimento houver. Eles estarão buscando oportunidades de expansão em mercados como o brasileiro. É um mercado muito jovem. A idade média da população é de 28 anos. É também um mercado extremamente urbanizado, com taxa de 84%, e com potencial de crescimento bastante grande””.

Ele finaliza lembrando que não somente os varejistas norte-americanos e incorporações de varejo européias irão se atentar ao Brasil. Outros varejistas latino-americanos também seguirão o mesmo caminho. “”Por muito tempo, essa migração de empresas da América Latina pouco aconteceu, mas agora cresce mais””. É um sinal amarelo para as pequenas empresas do varejo, que, além de enfrentar a crise, poderão ter de enfrentar concorrentes de peso.

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