Varejo prevê alta recorde apesar do juro maior

Vedete do crescimento brasileiro nos últimos anos, o varejo deve fechar 2010 com crescimento de 11,5%, patamar recorde desde que a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) começou a ser feita pelo IBGE. A projeção…

Vedete do crescimento brasileiro nos últimos anos, o varejo deve fechar 2010 com crescimento de 11,5%, patamar recorde desde que a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) começou a ser feita pelo IBGE. A projeção é da Confederação Nacional do Comércio, de bens, Serviços e Turismo(CNC) e chega a 13,7% num cenário de visão mais otimista. A projeção da CNC foi elaborada com base em crescimento da massa real de salários de 5%,alta de 5,7% na concessão de crédito à pessoa física, IPCA fechando o ano em5,5%ePIB entre 5% e 6%. “Se o comércio não aumentasse nada daqui em diante já cresceria 10%”, observa o economista-chefe da CNC, Carlos Thadeu de Freitas Gomes. “Para perceber o grande potencial basta verificarmos antes de setembro de 2008, num cenário pré-crise, quando tínhamos uma taxa anualizada média de 10,2%. Agora, no pós crise (a partir de maio de 2009)temos uma taxa média anualizada em14%”, completa. Daqui em diante o movimento de desaceleração no crescimento dos números do varejo virá por conta da retomada do ciclo de aperto monetário e do fim dos incentivos concedidos pelo governo a setores como o de veículos,linha branca e móveis. “De qualquer maneira teremos uma desaceleração moderada porque a inadimplência está em baixa e a massa real de salário bem comportada até aqui”, diz Gomes, para quem a inadimplência deve permanecer estável com tendência de aumento sazonal apenas no início de 2011. Em abril a inadimplência ficou em 6,7%, inferior aos 8,3% de abril de 2009. O economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, concorda coma estabilidade da inadimplência mas projeta o crescimento do varejo menor, entre 8% e 10% no ano. “Nossa previsão é menor porque consideramos uma base de comparação forte no segundo semestre de 2009 e o final dos incentivos do governo”, observa, ao acrescentar que a alta iniciada na taxa básica de juros deve mostrar reflexos no consumo somente em 2011. O alargamento dos prazos de concessão de crédito—para pessoa física a alta em12meses ficou em 8% em abril, equivalente a 526 dias — acaba fazendo um contraponto às altas taxas de juros para o tomador final? “Sim, o prazo tem um impacto maior no valor da prestação do que a taxa em si. E o brasileiro é pragmático, está mais preocupado em saber se o valor da prestação cabe no bolso dele”, avalia Solimeo. Gomes fala de outro ponto que se reflete nos prazos de crédito: a dúvida em relação ao cenário que se descortina à frente. “Na menor dúvida em relação à duração do atual ciclo de aperto monetário, a reação pode ser uma parada na extensão de prazos. Mas é pouco provável que isso aconteça porque o ciclo de alta nos juros vai ser menos intenso justamente em função da crise europeia.” Na avaliação de Gomes, a Selic deve subir 0,75 ponto percentual nesta semana, seguida de um aumento de 0,50 ponto percentual. “O ciclo de altas não deve se prolongar por muito tempo justamente por conta de uma queda de atividade econômica em todo o mundo”. Marcel Solimeo vai na mesma direção:“A crise de crédito na Europa pode deixar o ciclo de corte mais curto. Ou seja, talvez o próprio cenário cumpra o papel que o governo espera da Selic que é o de diminuir o volume de crédito”, conclui.

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