Véspera tranquila, manhã de dúvidas

Quem vai para os aeroportos hoje, apesar do anúncio de paralisação dos trabalhadores do ar e de terra das companhias de aviação, deve ter atenção. A estratégia dos grevistas é mantida sob sigilo, o que…

Quem vai para os aeroportos hoje, apesar do anúncio de paralisação dos trabalhadores do ar e de terra das companhias de aviação, deve ter atenção. A estratégia dos grevistas é mantida sob sigilo, o que eleva as incertezas, e os ânimos estão acirrados pela guerra de informações entre empresas e sindicalistas.

Em Porto Alegre, a direção do Sindicato dos Aeroviários deverá deixar a sede da entidade e chegar em grupo ao aeroporto Salgado Filho logo depois das 5h para coordenar a mobilização. Com a greve anunciada e confirmada, explica o presidente do sindicato local, Celso Klafke, não está prevista assembleia no Salgado Filho, como em outros aeroportos do país, a menos que haja uma nova proposta do sindicato patronal que exija decisão da categoria.

Aeroviários, que trabalham em terra, e aeronautas, que tripulam os aviões, têm data-base em 1º de dezembro, por isso nos últimos anos têm havido ameaças periódicas de greve no final do ano, quando aumenta o movimento de passageiros nos aeroportos. Em 2008 e 2009 também chegou a ser marcada greve, mas houve acordo que suspendeu a paralisação. Segundo Klafke, nos anos anteriores esse acerto teria sido “imposto” pelo Ministério Público do Trabalho de São Paulo, que desta vez não se envolveu na negociação. – Está tudo muito estranho – comentou Klafke, insinuando que, diante da iminência de problemas nos aeroportos por problemas de infraestrutura e de gestão, governo e companhias aéreas teriam deixado a greve ocorrer para responsabilizar os sindicatos pelos transtornos.

Familiares de passageiros em clima de apreensão

A tese é sustentada também por João Pedro Leite, diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas. O dilema entre marcar posição e assumir o ônus pelos prejuízos aos passageiros teria sido discutido nas reuniões do comando de greve. A decisão de bancar a greve teria nascido da constatação de que esperar até janeiro desmobilizaria a categoria.

Embora não tenha havido maiores transtornos no aeroporto Salgado Filho ontem, os passageiros manifestavam apreensão sobre uma possível greve. Com destino a Fernando de Noronha para passar o Natal, o advogado Gustavo Souza, 26 anos, de Santa Maria, estava preocupado com o embarque da mulher, Márcia Souza, 29 anos – marcado para a manhã de hoje. – Pegamos voos diferentes em razão das milhas. Mas se confirmarem essa greve e ela não conseguir embarcar, corro o risco de passar o Natal sozinho – desabafou Gustavo.

Sérgio Perrone, engenheiro de 66 anos, foi até o Salgado Filho no final da tarde de ontem para receber uma das filhas, que mora em São Paulo. A nutricionista Claudia Perrone, 33 anos, desembarcou com pequeno atraso. O alívio foi curto, porque ainda tem de esperar a outra filha, a dentista Manuela, 30 anos. – O voo dela sai de São Paulo sexta-feira bem cedo. Não quero nem pensar num caos aéreo nesse dia – suspirava o engenheiro.

Até as 23h de ontem, o Salgado Filho teve 34 voos atrasados – 33% das 103 operações programadas para o dia – e apenas um cancelado. No país, a média ficou em 36% nos aeroportos operados pela Infraero. O maior percentual de atrasos entre os principais terminais foi registrado em Guarulhos, com 51,1% às 23h.

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