Classe C impulsiona a expansão de franquias no País

O aumento do poder de consumo dos brasileiros e a entrada de milhões de trabalhadores na classe C foram os principais responsáveis pelo desempenho positivo do setor de franquias neste ano. O segmento, que…

O aumento do poder de consumo dos brasileiros e a entrada de milhões de trabalhadores na classe C foram os principais responsáveis pelo desempenho positivo do setor de franquias neste ano. O segmento, que esperava crescer 13% no início de 2010, deverá fechar o ano com um faturamento 19% superior ao apurado no ano passado, totalizando R$ 75 bilhões. “É um mercado consumidor novo, que tem trazido taxas de crescimento agressivas em vendas e também em unidades”, comemorou o presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Ricardo Bomeny, ao divulgar os números durante a 10ª Convenção ABF do Franchising, na Praia do Forte, Bahia.

O mercado publicitário também quer saber quem é esse novo consumidor. Tanto que a WMcCann, uma das maiores agências que atua no Brasil, resolveu investir pesado para conhecer de perto quem faz parte da classe C que agora vai às compras. “Integrantes da agência foram morar com essas pessoas para ver quem elas realmente são e fizeram 35 mil entrevistas em 5 mil horas de convívio”, relata o publicitário Washington Olivetto, da W-McCann, que classifica essa como a maior pesquisa já feita sobre a classe média.

O setor de franquias ficou tão entusiasmado que acabou sendo estimulado a se adaptar. Entre as tendências, agora, estão as microfranquias, realidade nos Estados Unidos que começa a ganhar espaço no Brasil. Esse modelo requer um baixo investimento inicial, que varia de R$ 15 mil a R$ 20 mil. O Brasil é hoje o quarto mercado mundial de franchising. São 1.774 marcas e 90 mil pontos de venda espalhados por todo o País, números que devem aumentar em 2011, chegando a 1.920 marcas e a 100 mil pontos de vendas. Para o ano que vem, o segmento espera chegar à marca de 890 mil empregos diretos. As áreas que mais crescem são as de acessórios pessoais e calçados, vestuário, alimentação, beleza e saúde.

Mas não é só no mercado interno que o setor de franquias quer ampliar presença. As empresas que desejam exportam suas marcas no processo de internacionalização contam com o apoio da ABF. Atualmente, 70 empresas brasileiras comercializam suas marcas em 50 países, número que tem grande potencial de crescimento. “Para bancar a expansão internacional e driblar a questão cambial, as franquias buscam ganhar em produtividade e baratear os custos”, explica o diretor-executivo da ABF, Ricardo Camargo.

Rio Grande do Sul dobrou número de franqueadores

O Rio Grande do Sul apresenta o crescimento mais importante em franchising no Brasil. Desde que foi criada a regional Sul da Associação Brasileira de Franchising (ABF), há um ano, o Estado conseguiu dobrar o número de franqueadores. “Passamos de 20 para 31 empresas”, comemora Gustavo Schifino, que preside a ABF no Estado e é um dos pioneiros no sistema de franchising no Rio Grande do Sul com a Trópico.

A ideia de trazer para o território gaúcho um braço da ABF foi para explorar o potencial da região, que está longe de ser o mesmo quando o assunto é franquia. Dos 90 mil pontos de vendas espalhados pelo Brasil, menos de 4 mil estão no Estado. As atividades são desenvolvidas com o auxílio da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA), como a realização dos cursos para os empresários interessados em aprender sobre o modelo.
Esse tem sido justamente o primeiro passo: mostrar como é possível expandir os negócios via franchising. “O gaúcho tem uma característica peculiar, de querer ser o ‘dono de seu próprio negócio”, mas agora percebeu a explosão do setor de franquias e viu que é possível crescer de um jeito diferente”, explica Schifino. Foi assim que a Trópico cresceu nos últimos anos, e hoje conta com 15 franquias no Rio Grande do Sul. Para o ano que vem, a meta é partir para os mercados do Paraná e Santa Catarina.

O franchising também foi o canal de expansão escolhido pela gaúcha Via Uno. Há seis anos, a empresa encontrou nas franquias a forma de valorizar a marca por meio de lojas exclusivas. A estratégia surtiu efeito rápido. Hoje, são 156 unidades no Brasil e 119 em 25 países. Os principais mercados externos são o México, com 21 lojas, seguido pelo Chile, com 19 lojas. O mais recente é a Austrália, que acaba de ganhar quatro pontos de venda. “O segmento de franquias tem crescido muito e já representa 70% do faturamento da Via Uno”, destaca Alexandre Sá Pereira, diretor de Varejo da Via Uno.

A Trópico e a Via Uno são as únicas empresas gaúchas que possuem o Selo de Excelência em Franchising ABF, uma certificação nacional de qualidade. Os gaúchos são potenciais franqueadores e também despertam a atenção como franqueados. O CNA, curso de inglês com 35 anos de experiência e 580 escolas no Brasil, quer saltar de uma unidade em Porto Alegre para 22 franquias em diversas cidades no Estado no ano que vem. O CNA está de olho em dois fatores: o potencial da região e o fato de Porto Alegre ser uma das cidades-sede da Copa do Mundo. “O mercado de idiomas está superaquecido com os eventos esportivos, a demanda está acima do normal”, relata Eduardo Murin, diretor de operações do CNA. O interesse tem sido tanto que a lista de candidatos hoje chega a 4 mil nomes em todo o País. “Buscamos pessoas que tenham vontade de empreender, mas também se comprometam com o regime rigoroso de contratação e treinamento de mão de obra qualificada”, explica.

A vantagem de trabalhar com franchising é o fato de o franqueado conhecer bem o perfil do público de sua região. “Mesmo que o empreendedor vá operar com uma marca nacional, ele atuará como se fosse uma operação local. Essa é justamente uma característica que tem levado à grande expansão do sistema de franquias”, explica Claudia Bittencourt, diretora-geral da Bittencourt Consultoria.

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