Futuro presidente do BC é gaúcho
Gaúcho de Porto Alegre, o futuro presidente do Banco Central (BC) é, também, torcedor do Internacional, time da presidente eleita, Dilma Rousseff. Mais do que essa afinidade, Alexandre Antônio Tombini, 47…
Gaúcho de Porto Alegre, o futuro presidente do Banco Central (BC) é, também, torcedor do Internacional, time da presidente eleita, Dilma Rousseff. Mais do que essa afinidade, Alexandre Antônio Tombini, 47 anos, tem uma característica que encantou Dilma: é firme nas suas posições, mas não é considerado inflexível.
Convidado ontem por Dilma para assumir o comando do BC e em seu governo, o atual diretor de Normas da instituição, Tombini, é definido como uma pessoa conciliadora e contará com a simpatia do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e sua equipe.
Também foi definido que Miriam Belchior, assessora especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), assumirá o Ministério do Planejamento.
Depois das duas definições de ontem, Dilma decidiu anunciar hoje os três primeiros nomes da equipe econômica: além de Tombini e Miriam Belchior, que substituirá Paulo Bernardo, fará a confirmação oficial da escolha de Guido Mantega para a pasta da Fazenda (veja quadro abaixo). A presidente quis fazer o anúncio antes de participar ao lado de Lula, amanhã, em Georgetown (Guiana), da cúpula da União de Nações Sul-americanas (Unasul).
Quando interlocutores de Dilma começaram a sondar pessoas próximas sobre o funcionário de carreira do BC, a primeira pergunta era sempre a mesma: ele é desenvolvimentista ou monetarista? Era uma referência às duas correntes que rivalizaram durante o governo Lula na condução da política econômica e foram representadas pelo ministro Mantega e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, respectivamente.
A resposta: – Tombini não tem corrente – diziam amigos próximos.
A conjuntura determina sua conduta, pautada por uma base teórica e prática forte. Economista pela Universidade de Brasília (UnB), fez doutorado na Universidade de Illinois (EUA). Durante sua carreira, transitou por áreas que vão de comércio exterior, supervisão bancária, normas, socorro financeiro a países, metas de inflação e cenários econômicos. Sua gestão, acreditam técnicos ligados a ele, será mais participativa. Ao contrário de Meirelles, que delega atribuições, cobra resultados e não se envolve tanto diretamente, deverá acompanhar mais os detalhes das decisões, e o BC poderá retomar espaço perdido no debate econômico na gestão Meirelles. Em cargos públicos desde 1991, trabalhou com os últimos quatro presidentes. Foi coordenador da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, assessor especial da Casa Civil e representante do Brasil no FMI. No BC, passou por três diretorias. Foi também consultor da presidência e o primeiro chefe do Departamento de Estudos Especiais, criado na esteira da implementação do regime de metas de inflação, em 1999.