A locomotiva da classe C

Consumo das famílias pode crescer 1,6% este ano em relação a 2008

Embora a crise econômica mundial tenha obrigado o Brasil a dar uma freada na economia, desde o fim do ano passado, o consumo das famílias brasileiras pode crescer pelo menos 1,6% neste ano, na comparação com 2008. E a principal responsável por esse desempenho positivo deve ser a classe C, com participação de 30,1% da bolada de R$ 1,863 trilhão que a população brasileira vai gastar em 2009, aponta a pesquisa IPC-Target.
A família da porto-alegrense Viviane Oliveira de Castro retrata bem essa força dos consumidores da classe C. Técnica de enfermagem, 33 anos, casada (o marido é metalúrgico na fábrica da GM em Gravataí), um filho e renda familiar de cerca de R$ 1,4 mil, ela comprou um computador em 2008. No fim do ano, trocou a antiga máquina de lavar por uma nova. E já está pesquisando os preços para levar uma secadora de roupas, logo que terminar de pagar as 12 prestações da lavadora. – Cada vez mais, o Brasil está se tornando um país da classe C. Por décadas, essas pessoas não podiam comprar muitos bens, e é essa demanda reprimida que vem sustentando o consumo – diz Luiz Alberto Marinho, da BrandWorks, consultoria especializada em marketing do varejo.
Com 22,6 milhões de domicílios cuja renda média mensal varia entre R$ 950 e R$ 1,4 mil, a classe C é a única que deverá aumentar, em 2,8 pontos percentuais, sua fatia no bolo dos gastos. Devem perder espaço as classes A e B – embora a B continue a responder pelo maior volume de dinheiro destinado ao consumo. A participação das faixas de renda D e E deve se manter nos mesmos níveis, conforme indica o IPC-Target Brasil em Foco 2009, elaborado pela Target Marketing indicando o potencial do consumo nacional e dos municípios. Para Marcos Pazzini, diretor da Target Marketing e responsável pelo estudo, o maior poder de compra da classe C indica não só a importância crescente dessa parcela da população como mostra uma tendência para onde deve caminhar o consumo. – Quem quiser vender para essas famílias precisa entender as suas exigências em marcas, embalagens, sabores e, também, que eles querem qualidade – diz Pazzini.

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