Comércio gaúcho tem leve recuo em maio, mas mantém tendência positiva, avalia Sindilojas POA
“O importante é que o varejo segue avançando no acumulado, mesmo diante de um cenário macroeconômico que ainda impõe desafios importantes”, cita Arcione Piva
O comércio varejista do Rio Grande do Sul registrou uma queda de 1,7% no volume de vendas em maio de 2025, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE. Apesar da retração pontual, o Sindilojas Porto Alegre avalia que o setor mantém uma trajetória de crescimento sólida, dentro de um comportamento esperado para o período.
“O resultado de maio segue o padrão de anos anteriores, com um início de ano mais aquecido e uma leve acomodação nos meses seguintes. O importante é que o varejo segue avançando no acumulado, mesmo diante de um cenário macroeconômico que ainda impõe desafios importantes”, destaca Arcione Piva, presidente do Sindilojas Porto Alegre.
Em comparação com maio de 2024, o varejo gaúcho cresceu 3,8%. No acumulado do ano, a alta é de 5,6%, e nos últimos 12 meses, chega a 7,3%. O índice de volume de vendas também segue em patamar elevado, atingindo 113,1 pontos em maio, acima dos 111,5 registrados em abril. O varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, apresentou mais resiliência com forte crescimento em termos anuais: 11,1% frente a maio do ano passado, 6,8% no ano e 9,7% nos últimos 12 meses. O índice subiu de 105,5 para 108,6 pontos, indicando continuidade na recuperação de segmentos mais dependentes de crédito.
Para o Sindilojas POA, o setor tem mostrado resiliência, mesmo diante de fatores como juros altos, inflação persistente e incertezas no cenário internacional. “O comércio tem se reinventado, apostando em promoções, inovação no atendimento e estratégias digitais. Mas o crédito ainda caro e o custo de operação elevado dificultam uma retomada mais vigorosa, especialmente para o pequeno e médio varejista”, ressalta Arcione Piva.
Para o lojista, esse ambiente exige cautela. Rodrigo de Assis, economista da entidade comenta. “O varejo mostrou uma flutuação sazonal no mês de maio, mas vem colhendo frutos das políticas econômicas de incentivo ao consumo. Esse fato fica claro quando olhamos o volume de vendas acumulado em 12 meses, que mostra um crescimento do setor no Rio Grande do Sul. A expectativa é que o varejo tenha um resultado de vendas importante no primeiro semestre e que o segundo semestre seja de desaquecimento da economia no geral,”.
A entidade acredita que, com a esperada redução gradual da Selic e uma possível desaceleração da inflação, o segundo semestre poderá ser mais favorável para o setor. No entanto, reforça que a confiança do consumidor e do lojista ainda está sensível a instabilidades econômicas e políticas.